As mudanças climáticas não são mais uma ameaça distante; seus efeitos já impactam o Brasil, inclusive em um setor crucial para a saúde e o bem-estar da população: o saneamento básico. Um novo estudo do Instituto Trata Brasil, em parceria com a Way Carbon, revela como eventos climáticos extremos estão afetando a infraestrutura de saneamento e comprometendo o acesso a serviços essenciais.

Tempestades:

As chuvas torrenciais, cada vez mais frequentes, sobrecarregam os sistemas de drenagem e tratamento de esgoto. Alagamentos, rompimento de tubulações e contaminação da água potável tornam-se riscos iminentes, expondo a população a doenças e comprometendo a saúde pública. Estados como Rio Grande do Sul, Espírito Santo e Rio de Janeiro apresentam os maiores riscos de terem seu abastecimento afetado por tempestades. Já em Rio Grande do Sul e Santa Catarina, a preocupação se concentra na contaminação de águas superficiais e no impacto sobre o sistema de esgotamento sanitário.

Ondas de calor:

O aumento das temperaturas reduz o volume dos mananciais, intensifica a contaminação e eleva a demanda por energia, impactando diretamente o funcionamento dos sistemas de saneamento. Mato Grosso do Sul e Amazonas são os estados mais vulneráveis aos efeitos das ondas de calor em seu abastecimento de água. A escassez hídrica, combinada com a maior demanda por água, pressiona ainda mais os sistemas que, muitas vezes, já operam no limite de sua capacidade.

Secas meteorológicas:

As secas, intensificadas pelas mudanças climáticas, afetam drasticamente o abastecimento de água, levando a racionamentos e à utilização de fontes alternativas de menor qualidade. Ceará, Rio Grande do Norte e Paraíba são os estados mais suscetíveis a esse problema, que agrava a desigualdade no acesso à água potável, especialmente em áreas periféricas e rurais.

A Necessidade de Adaptação:

O estudo destaca a urgência de políticas de adaptação e gestão sustentável dos recursos hídricos. Investir em infraestrutura resiliente, diversificar as fontes de abastecimento e promover o uso consciente da água são medidas essenciais para mitigar os impactos das mudanças climáticas e garantir o acesso universal ao saneamento básico.

Luana Pretto, presidente-executiva do Instituto Trata Brasil, ressalta a importância do estudo: “Em 2024, vivemos os impactos das mudanças climáticas na pele. Este estudo nos ajuda a entender as principais ameaças e riscos para o acesso à água tratada e ao esgotamento sanitário, identificando as populações mais expostas.”

Oportunidades na Crise

A necessidade de adaptação também representa uma oportunidade para a inovação e o desenvolvimento de novas tecnologias. Empresas como a ADC Portland, que atuam na gestão ambiental de resíduos, desempenham um papel crucial na construção de um futuro mais sustentável, oferecendo soluções para a gestão eficiente dos recursos hídricos e a mitigação dos impactos das mudanças climáticas.